Em um dos nossos últimos artigos, exploramos o porquê, num mundo digital, em que dados 3D são a principal fonte de comunicação, ainda usamos desenhos 2D. A conclusão é que, apesar dos avanços tecnológicos como modelos 3D e sistemas CAM, que transformaram o cenário da engenharia e da fabricação, os desenhos 2D continuam a ter um valor significativo no ambiente de fabricação moderno.
Com isso em mente, é valioso que as empresas possam fornecer dados 2D e 3D. Neste post, vamos ver como incorporar abordagens 2D e 3D para processos contínuos e como as empresas já estão fazendo isso.
Integração entre desenhos 2D e 3D
Para aproveitar os benefícios de desenhos e modelos 3D, as organizações estão adotando abordagens integradas que combinam os pontos fortes de cada meio. Essa integração melhora a legibilidade da máquina, ao mesmo tempo que mantém os benefícios dos desenhos legíveis por humanos.
Neste fluxo de trabalho integrado, os desenhos 2D servem como referência e documentação complementar ao modelo 3D. Eles fornecem um formato familiar para notas, detalhes e instruções adicionais que podem ser difíceis de representar apenas no ambiente 3D, garantindo clareza, contexto e representação amigável.
Nesta abordagem dupla, o modelo 3D serve como o principal meio de transmissão de informações geométricas, uma prática chamada Definição Baseada em Modelo (MBD). Uma vez que os dados 3D são predominantemente usados para os processos de fabricação reais, os desenhos 2D são frequentemente usados para backup ou familiaridade.
Ao integrar perfeitamente desenhos e PMI 3D, as equipes de engenharia e fabricação podem agilizar processos, aprimorar a colaboração e melhorar a eficiência. Os desenhos 2D fornecem um formato familiar e acessível. Enquanto isso, os modelos 3D servem como referências legíveis por máquina que podem ser aproveitadas por CAM, robótica e sistemas de negócios como ERP, MES, qualidade e outras tecnologias de fabricação automatizadas.
A chave para a transição é adaptabilidade
Na transição para as práticas MBD, é crucial reconhecer e acomodar os fluxos de trabalho e as preferências dos fornecedores. O MBD oferece inúmeros benefícios em termos de eficiência e automação. Porém, é, também, uma tecnologia relativamente nova que pode não ser adotada universalmente em toda a indústria de manufatura. Muitos fornecedores, especialmente aqueles com processos e conhecimentos bem estabelecidos, ainda podem depender fortemente da documentação 2D tradicional e podem não estar totalmente familiarizados ou equipados para lidar com MBD.
Manter relacionamentos sólidos com fornecedores é essencial para processos de fabricação bem-sucedidos, e interrupções ou atrasos causados por uma mudança repentina para MBD podem custar caro. Portanto, durante a transição, é importante facilitar a adesão dos fornecedores à nova abordagem, fornecendo modelos 3D e desenhos 2D, atendendo às suas necessidades e preferências específicas. Esta abordagem garante que os fornecedores possam continuar os seus fluxos de trabalho existentes sem grandes interrupções ou lentidão.
Ao fornecer ambas as formas de documentação, as equipes de engenharia podem aproveitar os benefícios do MBD internamente, preservando ao mesmo tempo as práticas estabelecidas de seus fornecedores. Essa abordagem dupla permite que os fornecedores continuem usando desenhos 2D familiares para cotações, ferramentas e processos de fabricação, ao mesmo tempo que recebem modelos 3D anotados e ricos em dados para maior precisão e automação. Desta forma, os fornecedores podem adoptar gradualmente o MBD ao seu próprio ritmo, beneficiando das vantagens que este oferece sem sobrecarregar as suas capacidades existentes.
Uma abordagem dupla é fundamental para o seu sucesso
No geral, a combinação de desenhos para consumo humano e modelos 3D para legibilidade por máquina facilita um fluxo de trabalho abrangente e eficiente da engenharia à fabricação. Ele preenche a lacuna entre a interpretação humana e a automação de máquinas, permitindo processos simplificados e automatizados no ambiente de fabricação digital atual.
Além disso, esta abordagem permite flexibilidade na cadeia de abastecimento e preserva as relações existentes com os fornecedores para evitar atrasos dispendiosos. Nem todos os fornecedores têm o mesmo nível de preparação ou capacidade para trabalhar exclusivamente com definição baseada em modelo. Alguns fornecedores, especialmente os menores ou especializados em determinados processos de fabricação, podem confiar na documentação 2D devido a limitações de equipamentos, software ou conhecimentos especializados. Quando você acomoda as suas preferências e fornece a documentação necessária, 3D ou 2D, as organizações podem manter uma rede diversificada e colaborativa de fornecedores. Isso evitaria potenciais gargalos ou restrições no processo de fabricação.
Agora você provavelmente está pensando que parece ótimo, mas isso não significa mais trabalho inicial para a equipe de engenharia? Não exatamente, já que um modelo anotado não é diferente de um desenho, exceto que tudo está em 3D, em vez de um documento de desenho 2D desconectado. A vista frontal de um modelo é exatamente igual à vista frontal de um desenho. As vistas anotadas do modelo podem ser facilmente copiadas diretamente para uma folha de desenho quando um formato 2D for necessário. Tradicionalmente, porém, isso quebrará a fonte única da verdade e muitas vezes poderá expor discrepâncias entre cada forma de definição.
Aqui no SOLIDWORKS, reconhecemos que a flexibilidade no mundo digital atual é fundamental para o seu sucesso. Uma abordagem dupla é exatamente isso e atende às necessidades de cada indivíduo, evitando atrasos ou trabalho adicional. Então questionamos por que os desenhos e o MBD precisam ter soluções ou formatos diferentes? Por que tem que ser desconectado? São todas as mesmas informações, apenas exibidas de forma diferente.
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